O avanço da tecnologia proporcionou a chegada de novas técnicas e produtos na Medicina. Esse grande progresso global possibilitou mais precisão, rapidez e segurança nos procedimentos médicos, beneficiando cada vez mais a área.
É nesse momento que se amplia a importância da Engenharia Clínica. Derivada da Engenharia Biomédica, é essencial para o funcionamento dos estabelecimentos de saúde, como hospitais, laboratórios, clínicas e pronto atendimentos.
Um engenheiro clínico geralmente participa dos processos de gestão de um hospital, administrando a tecnologia, materiais, insumos e finanças associadas. Essa área é tão necessária e fundamental que a resolução nº 2 de 2010, publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), recomendou que todos os centros de saúde tenham em sua equipe um profissional de nível superior responsável pela gestão de tecnologias, sendo o profissional especializado em Engenharia Clínica o mais indicado.
A importância da Engenharia Clínica e como ela pode mudar um hospital
Você deve estar se perguntando por que a Engenharia Clínica é tão importante para os hospitais e centros de saúde, não é mesmo? Muitas vezes, é vista como um gasto supérfluo aos olhos dos gestores e diretores, mas é essencial na saúde, pois:
- Permite otimizar os recursos financeiros;
- Facilita processos;
- Reduz chances de erros.
Abaixo, vamos relembrar 3 fatores que reforçam a importância da Engenharia Clínica.
1. Implementação mais segura de tecnologias em hospitais
No início dos anos 70, uma notícia divulgada pelo cirurgião Carl W. Walter, da Harvard Medical School, afirmava que 1.200 pessoas estavam morrendo nos Estados Unidos devido a choques elétricos relacionados a equipamentos médicos.
Isso gerou um alarde no país e, aos poucos, engenheiros clínicos foram contratados em hospitais e instituições de saúde para implementar soluções seguras de novas tecnologias, garantir a supervisão da manutenção dos equipamentos e o seu uso apropriado.
2. Automação e rastreamento de informações
Rastrear dados é muito importante para a Engenharia Clínica. Essas informações são cruciais na hora de, por exemplo, avaliar se é preciso desativar um determinado equipamento e descobrir as razões por trás disso: se é por um aumento de custo na manutenção, pela redução de confiabilidade ou pela disponibilidade no mercado de tecnologias mais efetivas.
Além disso, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 20% a 40% dos gastos em instituições de saúde são causadas pelo desperdício. A falta de dados sobre os processos faz com que desperdícios não sejam detectados, impedindo a instauração de medidas preventivas e corretivas.
A Engenharia Clínica pode trabalhar com ferramentas de monitoramento remoto para análise de dados e permitindo adotar medidas preventivas adequadas para a manutenção do funcionamento dos equipamentos dentro dos padrões estabelecidos, reposições de insumos, planejamento de aquisições, etc.
3. Logística de leitos melhorada
Um indício de falhas na gestão de leitos hospitalares é a ausência de equipamentos em determinados locais, causando indisponibilidade ou bloqueio temporário do leito, quando muitos deles estão na verdade presentes na instituição, mas sua localização é incerta ou desconhecida pelas equipes médicas, de enfermagem ou de hotelaria, responsáveis pela operacionalização do leito.
Todavia, providenciar treinamento adequado das equipes, planejamento da disponibilidade de equipamentos, incluindo o dimensionamento das reservas técnicas e planos de contingência para melhorar a logística de leitos é papel da Engenharia Clínica. Assim, os serviços dos hospitais e dos centros de saúde podem ser mais efetivos e de maior qualidade, se souberem valorizar a importância da engenharia clínica em todas as etapas do processo, garantindo, portanto:
- Maior disponibilidade das tecnologias;
- Agilidade nos atendimentos;
- Redução de desperdícios.
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